A decisão do BCE e as reuniões para o OE2025

bem-vindos à soma dos dias um podcast do Negócios Eu sou o Vítor Rodrigues Oliveira o bce voltou a cortar as taxas diretoras vamos perceber o porquê nesta edição e analisar o discurso de Cristine lagard na segunda parte olhamos para o orçamento do Estado as reuniões entre o governo e a oposição já recomeçaram e não se prevê que sejam fáceis comigo estão Leonor Mateus Ferreira e Paulo Ribeiro Pinto Esta é a dos [Música] dias é o segundo corte nas taxas do bce este ano mas Cristino lagarde não se comprometeu com mais descidas no futuro connosco temos Leonor Mateus Ferreira editor de mercados do negócios Leonor Vamos então perceber o que se passou esta quinta-feira sendo que Cristino lagarde até nos deixou aqui a cantarolar deixou assim era Olá Vítor antes de mais era a questão que que todos traziam este este corte de juros já era mais do que esperado portanto A grande questão e foi várias vezes H colocada pelos jornalistas na conferência de imprensa era o que é que vai acontecer no futuro e eh ela é francesa mas foi em espanhol que respondeu com que é será será Hum que acho que é bastante acho que é bastante expressivo e que e que é o que fica um pouco desta conferência de imprensa hum em que ela deixa Cristin lagar deixa tudo em aberto para para as próximas reuniões antes do antes do Futuro deixa-me só explicar o que é que o que é que aconteceu esta quinta-feira ex corte exato eh temos um corte de juros de 25 pontos base portanto aquela que é a principal taxa do bce taxa dos depósitos e passa para 35% h e e essencialmente houve um houve um corte em junho depois disso houve uma pausa na reunião seguinte de de Julho e e depois há as normais férias de férias de verão e recom e recomeçam as as reuniões agora agora em setembro e este corte de juros era mais do que do que esperado pelo pelo mercado por exemplo a inflação desde desde a última reunião sobre se que a inflação de agosto tinha recuado para para 2,2 portanto era amplamente esperado pelo mercado e seria até uma desilusão se o bce Não anunciasse este cor de juros e o que e o que explicam é que os dados foram sendo conhecidos dão dão confiança de que é possível dar mais um passo no no caminho do do alívio do que tem sido a restrição monetária e larro desta vez faz questão de sublinhar que a decisão foi unânime algo que não tinha acontecido na na última reunião e houve muitas conversas sobre será que está a haver está a começar a haver alguma discórdia dentro do concelho de de governadores e ela desta vez sublinha que foi unânime a decisão e o que é que se pode esperar então agora do do futuro é é incerto o futuro porque eh tal como aconteceu H tal como aconteceu em Julho depois de de ter havido uma uma descida em junho H esta pausa em Julho e uma nova e uma nova descida eh é possível que o bce volte a fazê-lo aliás ainda antes da reunião os os mercados monetários estavam a atribuir uma probabilidade de de apenas 40% de haver um novo corte de juros em outubro e o que é esperado pelos pelos analistas é que H haja apenas um corte em dezembro uhum O que é que nós podemos tirar de uma reunião em que eh de uma reunião quer dizer de uma conferência de imprensa porque à reunião não temos acesso e de uma conferência de imprensa em que lagar repete três vezes que não se quer comprometer com o caminho futuro de de juros o podemos tirar são as projeções económicas que foram atualizadas portanto para a inflação em que era esperada alguma alguma revisão em baixa é mantida esta Projeção de de uma inflação de de 2 E5 por este ano mas por exemplo no próximo ano já se espera que que atinja aos 2% que é que é a meta do Banco Central europeu mas depois para a economia H reviu em baixa as as projeções e espera agora um um crescimento de 0,8 por H ela própria explica que H que a que a a política monetária portanto esta esta política para conseguir travar a inflação os jures altos têm impacto na economia e diz nós achamos que já atingiu que este Impacto já atingiu o pico no no no PIB mas estamos a avaliar e vamos e vamos continuar a avaliar e portanto mantém-se esta o que o que o BC tem dito mantém-se esta perspectiva de que as decisões são tomadas reunião a reunião consoante os dados que vão sendo conhecidos exato e na próxima semana há também reunião de política monetária da reserva Federal norte-americana O que é que se pode desta reunião exatamente H se se o bce já tinha cortado em junho a feda Ainda não fez isso não é comum o comum é que seja a Fed a dar o primeiro passo e o BC a seguir-se portanto temos aqui um um desalinhamento que que é estranho para o mercado não não é um não é um cenário que costuma acontecer hum portanto seria bastante inesperado que que esse que esse desalinhamento se aumentasse ainda mais além disso o próprio Dr pow o presidente da Fed a Jackson Hall portanto no encontro de banqueiros centrais no final do verão ele acho que não podia ter sido mais claros e em que diz chegou o momento para haver um ajustamento na na política monetária ou seja ele pré anunciou aquela que vai ser a decisão da de da próxima reunião da Fed que é é mais do que esperado que cortem juros agora a questão é qual é que é dimensão desse corte porque pode ser de de de 25 de 50 pontos base há quem fala até de de uma descida maior menos provável talvez Hum E E porque é que importa qual é que é a dimensão especialmente o mercado norte--americano tem eh antecipado muito o que são as as decisões da Fed e tem-se desiludido muito com com o que são as decisões da Fed e se se esta se este corte for muito pequeno eh podemos voltar a ver uma desilusão em Wall Street e uma derrocada nas nas bolsas outra vez da montanha russa exatamente só para te dar este este dado adicional os dados com que com que a Fed está a trabalhar é que em agosto a inflação nos Estados Unidos caiu pelo quinto mês consecutivo portanto Para para 2,5% que é que é o valor mais baixo desde março de 2021 portanto estes dados se não bastasse O que John Paul já tinha dito estes dados aqui a reforçarem a confiança de que de que deve haver um um corte de juros uhum e tudo isto num momento em que se avizinham eleições nos Estados Unidos que trazem sempre incerteza Sim Isso é é um fator H que é que é inevitável ter em conta em em tudo o que mexa com mercados financeiros norte-americanos Sem dúvida mas mas até globais e temos umas eleições a 5 de Novembro estamos cada vez mais próximos Hum e a Fed também não vai querer colar demasiado uma decisão H às eleições há M Sim há muita incerteza sobre o que é que o que é que vai acontecer portanto tivemos tivemos já o primeiro debate entre camala Harris e Donald trump Foi uma foi uma um debate em que os os comentadores políticos terão a sua posição a verdade é que os mercados financeiros deram a Vitória a camala Harris h e onde é que nós vimos Que Essa vitória foi dada a camala Harris portanto ao que Ao que se chama as trump trades portanto negociações de ativos Com base no que é na perspectiva de que do que é que vai beneficiar de uma eventual Vitória de trump eh e vimos as reações depois no nos dias seguintes quer dizer uma vitória de trump significaria por exemplo um dólar mais forte e e juros de dívida pública mais elevados pelo pressuposto de que vai haver um aumento da despesa pública nos Estados Unidos e o que e o que percebemos foi que houve uma reação contrária Ou seja que os próprios mercados já estão um pouco a a mudar a perspectiva e a atribuir uma uma maior probabilidade de Vitória a camal Harris os mercados também a desempenharem o seu papel nestas eleições Leonor Mateus Ferreira e as decisões dos bancos centrais e agora vamos falar sobre orçamento do [Música] Estado pressionado à esquerda e à direita o governo retomou as negociações com a oposição sobre o orçamento do Estado que será entregue daqui a pouco menos de um mês temos connosco o Paulo Ribeiro Pinto editor de economia do negócios Paulo vamos lá saber em que ponto estamos nestas negociações eh Olá Vítor eh eu acho que se há pouco estávamos a falar de que houve música na conferência de imprensa da da presidente do bce Cristino lagarda aqui temos uma espécie de uma dança EH não uma dança de cadeiras mas uma dança algo tensa um Tango e o tango é sempre preciso necessário e ser a dois entre o governo e o partido socialista eu diria que estamos numa espécie de um jogo de gato e do rato eh com exigências de números por parte do partido socialista que o governo vai entregando uns mais depressa outros mais devagar cont goas mas que estamos nesta fase ainda nem sequer eu diria que ainda nem sequer estamos na fase do estamos a meio da ponte ainda nem sequer chegamos aí ainda estamos muito para para para Ainda temos muito para andar até chegar lá e o o o próprio Ministro dos dos assuntos parlamentares deu uma entrevista ao jornal público que é Renascença e Pedro Duarte eh mostrava-se muito otimista em relação a a ter chegar a um a um acordo sobretudo em duas matérias mas já lá iremos falar delas que é o IRS Jovem e também o o irc mas de facto estas negociações decorrem eh muitas aliás serão sem o conhecimento por público e isso o próprio Ministro dos assuntos parlamentares também o referia e Pedro Nuno Santos Também deixou entender que trá tido conversas com o primeiro-ministro que não foram públicas isso é normal faz parte de toda de de todo o processo orçamental quando um governo não tem maioria no no Parlamento agora ainda falta este quase mês para chegar à fase da entrega do orçamento o orçamento é sempre terminado os números são fechados quase em ou mesmo em cima da da fase e do da data de entrega portanto Ainda temos aqui um período relativamente extenso para conseguir chegar a algum algum tipo de entendimento e há como dizias duas grandes questões em cima da mesa exatamente nós temos nós já fizemos aliás Há dias um título no jornal sobre isso é uma espécie de dois grandes elefantes na sala que toda a gente está a olhar para eles toda a gente os está a discutir ainda Ninguém percebeu como é que poderá ser desatado esse nó que é o IRS jovem e o e a descida do irc São duas grandes eh duas grandes Bandeiras eleitorais eh da Aliança democrática portanto quando houve eleições em março o eh o PSD o CDs e o PPM através da Ad tinham isso no programa eleitoral uma descida acentuada do irc para as empresas em dois pontos percentuais por ano até atingir 15% da taxa normal no final da legislatura portanto 2027 28 essa eh promessa manteve-se no programa de governo eh o PST insiste que é para manter o o PS diz que não Que tal como está tal como foi apresentada à medida não passa o PS não viabilizará eh o o orçamento do Estado atenção viabilizar um orçamento não quer dizer que vote a favor basta que se abstenha por exemplo e portanto o PS já disse que se se mantiver esta matéria esta medida do da descida do irc em dois pontos percentuais ao ano até 2027 até atingir os 15% vai votar contra não passa com o apoio do do do PS ou a viabilização ou abstenção do partido socialista pela pelo lado do governo já se ouviram várias vezes eh tanto o primeiro-ministro como o Ministro das Finanças como o ministro da presidência a dizer h ok nós podemos aqui mexer em alguma coisa Model e esta palavra modar é sempre muito usada nas negociações dos orçamentos podemos Model a medida não sabemos em que termos mas vamos ver talvez aí haja novidades nas próximas semanas tal como no IRS jovem e essa é outra medida que que é o segundo E este aqui talvez mais pesado e mais pesado por duas questões primeiro em termos orçamentais porque o IRS jovem vai ter um impacto de 1000 milhões de euros ao ano todos os anos enquanto a medida de durar isso éa é uma despesa que fica e condiciona muito portanto nós estamos a tratar com um orçamento que é um é escasso não é não há os recursos são são limitados e ter 1000 milhões a menos de receitas é é um é é uma brutalidade o irc também tem esse esse Impacto é menos é metade de cerca de 500 milhões por ano mas em todo caso o IRS jovem foi outra das medidas bandeira do do do do PSD da Ad durante a fase de de campanha eleitoral para reter jovens para reter talento em Portugal é uma medida que o IRS jovem já existe atualmente foi uma medida também tomada pelos governos do do PS é mais digamos mais modesta no âmbito e no universo de cabran eh a nova proposta que o que o PSD que que o governo tem e que ainda não foi aprovada prevê que seja estendida até aos 35 anos para todos para todo tipo de jovens independentemente do tipo de de de qualificações que tenha portanto um j e independentemente também dos rendimentos se forem altos até ao último Escalão podem ter ou quase até ao último Escalão podem ter H esta um pagamento de taxa de 15% é muito pouco eh isto cria um o PS aí tem um argumento muito forte que é cria uma injustiça muito grande entre os contribuintes eh portugueses portanto podes ter contribuintes isto podes ter contribuintes que dos os 18 até aos 35 anos pagam uma taxa de IRS de 15% e depois e e que e aos 36 e aos 36 passas a pagar não sei dependendo dos rendimentos mas passas a pagar uma taxa de eh 40 30 seja o que for portanto mas não só isso como eh Há esta este argumento que tem muita validade que é há aqui um uma falta de uma solidariedade intergeracional muito grande há uma boa parte da população que digamos está a subsidiar a outra parte porque os impostos servem para subsidiar serviços públicos educação saúde eh obras públicas etc e portanto teríamos aqui uma parte da sociedade a subsidiar uma outra parte da sociedade porque esses 1000 milhões desaparecem do das Contas do Estado São argumentos muito válidos h não há ninguém que diga que de facto os impostos baixar impostos retém eh jovens ou não as as preferências das pessoas são individuais há há pessoas que se calhar vão para fora não porque o salário é muito é muito alto ou porque os impostos são muito baixos há variadíssimas razões para isso CL uhum e e falta menos de um mês como eu dizia para para o orçamento que será apresentado no dia 10 de outubro vai ser um longo processo h e dizias há pouco há muito caminho ainda pela frente H há muito caminho pela frente as Exposições estão bastante extremadas e H há reuniões que vão que que vão ocorrer nas próximas semanas há reuniões aliás paralelas por exemplo na concertação social que tem um papel importante também para a Constituição do orçamento e do que é o cenário macro orçamental portanto ainda vamos ter muita coisa para definir o próprio salário mínimo por exemplo que é uma coisa que é discutida à margem do do do orçamento não está no orçamento mas que tem impacto no orçamento Isso vai ser discutido por exemplo a 25 de Setembro Ou seja é tudo muito próxim já da data de 10 de outubro encadeado é tudo muito encadeado as próximas semanas vão ser de de grande Cadência e muito rápidas em termos de atualidade política e de negociações e vamos ver o que acontece o PS Por exemplo agora exige que já exigi antes mas agora com maior veemência e o o secretário Geral do PS até foi mais vocal nisso queera a presença do primeiro-ministro nas reuniões Portanto vamos ter umas semanas bastante agitadas até até outubro até ao início de outubro certamente Paulo Ribeiro Pinto Leonor Mateus Ferreira obrigado e assim termina a soma dos dias porque em todas as semanas há histórias para contar até para semana [Música]